HISTÓRIA  DA  FAMILIA   MARCATO-  PAZZETO-  PIVA-  BONETTI-  GUIZZARD


                                                                      História da Família
  
1913

 

 

A Europa estava em crise, fome doenças e falta de trabalho assolava toda a Italia, e o povo descontente tentava outras oportunidades em terras distantes, e o Brasil foi o país escolhido pelos italianos, para fugir da crise e de uma possivél guerra.

O navio vindo da Itália, ancorava no porto de Santos, um confusão generalizada se formou, pessoas que falavam a todo o momento, crianças, velhos e jovens desciam e agora por algum motivo especial sabiam que jamais voltaria a sua terra natal.

Entre eles estavam a Familia Marcato, Piva, Bonetti e Guizzard entre outros tantos italianos que estavam a  procura de uma nova vida aqui no Brasil.

Um Sr. atarantado juntava seus pertences e aos berros chamava a nora e os netos para se apresentarem diante do feitor, documentos nas mãos, sem falar uma só palavra em português, foi até onde estava um homem que selecionava as pessoas e familias, era italiano, e depois de pegar seus documentos e de sua familia indicou o lugar onde teria que esperar. O feitor perguntou um a um o nome de todos e quando chegou no caçula de apenas 2 anos  de idade, achou aquele nome Crescêncio, um nome que estava fora do padrão e alí mesmo deu-lhe um novo nome Antonio Marcato, nome este que carregou a vida inteira.Subirão a serra do mar e foram para S. Manoel-SP, e lá com o dinheiro que trouxeram com a venda de casa em Verona - Italia, compraram uma gleba de terra e começaram a plantar café, cultura muita difundida na região . Sr Paolo Marcato diante da morte do filho, que morrera de   tuberculose, e ele mesmo já velho e fraco, conversou com a nora que o Brasil estava recrutando familias para trabalhar na lavoura, e seria a oportunidade de criar as crianças em uma terra onde seria como que pioneiros, região remota de grandes  centros e eles poderiam até enriquecer, fazer vinhos, queijos, a nora no primeiro momento teve medo, mas acabou concordando com seu sogro e partiram nesta viagem ao desconhecido

Agora já instalado em uma fazenda de café, a casa era na colonia, uma fileira de casa todas iguais , onde os colonos italianos moravam, um banheiro e um poço  que atendia 3 casas, um pequeno quintal. Estavam felizes com seu emprego, o trabalho na fazenda era duro para Sr. Paolo, e depois de 15 anos de viver no Brasil, havia juntando dinheiro para comprar um sitio, sonho acalentado pela familia, mas começou a tossir e não demorou muito faleceu de tuberculose e foi enterrado no cemitério de São Manoel. Dona Amabile Guizzard, italiana trabalhadeira e determinada , pegou o dinheiro que o sogro havia guardado amarrado em um lenço, contou e saiu a procura de um pedaço de terra para comprar, o sogro dissera a ela que tinha encontrado e que assim que melhorasse iria ver isso, agora ela teria que fazer, conversou com o capataz da fazenda e foi até a cidade de São Manoel para comprar um sitio, era dificil, pois só falava italiano, passou em uma loja de tecidos onde sabia que um italiano trabalhava como vendedor e ele lhe dissera que fosse mais para o noroeste do estado e que lá ia se dar bem, terras  boas para plantar café e a colonia italiana era grande por conta dos cafesais, foi em busca dos filhos, juntou tudo o que tinha e foram para Cafelândia,  Vila Simões perto de Pongaí, uma comunidade de imigrantes italianos e alí comprou um sitio.

Por volta de 1928, já com os filhos crescidos e dispostos a trabalhar começaram uma nova vida. Seus filhos Bepa Marcato,  casou-se em São Manoel e seguiu o marido para a região de Presidente Prudente e nunca mais se ouviu falar sobre ela, Helena Marcato casou-se tambem em São Manoel, e foi para a capital , na Vila Prudente. Jesolberto , Ambrosio e Antonio o caçula seguiram com a mãe para Cafelândia.

Agora sim iam trabalhar de verdade, iam para a roça de manhã e só a noite retornavam para a pequena casa de madeira, um paiol, um chiqueiro para criar porcos, um poço onde tiravam agua para abastecer a casa. Dona Amabile nunca aprendeu o português, idioma muito complicado para ela, mas as crianças logo que chegaram ao Brasil com a convivência com os brasileiros....

 



                                                                      

TRADUÇÃO P/ INGLÊS :

 

FAMILY HISTORY MARCATO - PAZZETO - PIVA - BONETTI - GUIZZARD


                                                                        
Family History
1913

Europe was in crisis , hunger disease and lack of work raged throughout Italy , and unhappy people tried other opportunities in distant lands , and Brazil was the country chosen by the Italians , to escape the crisis and a possible war .

The ship from Italy , anchored in the port of Santos , one widespread confusion formed , people who spoke all the time , children , old and young went down and now for some special reason knew that would never return to his homeland .

Among them were Familia Marcato , Piva , Bonetti and Guizzard among many other Italians who were seeking a new life here in Brazil .

A Mr. fussy gathered their belongings and blaring called the daughter and grandchildren to present themselves before the steward , documents in hand, without speaking a word of Portuguese , went over to a man who selected the people and families , was Italian , and after picking up his documents and his family indicated the place where you would expect. The foreman asked one by one everyone's name and when he reached the youngest only 2 years old , found that Crescêncio name , a name that was non-standard and there even gave him a new name Antonio Marcato , a name that carried life inteira.Subirão saw the sea and went to S. Manoel - SP , and there with money they brought from selling home in Verona - Italy , bought a tract of land and began planting coffee culture very widespread in the region . Mr. Paolo Marcato on the death of his son , who died of tuberculosis , and he was old and weak, talk to the daughter that Brazil was recruiting families to work in the field, and it would be an opportunity to raise the children in a land where it would be as it pioneers remote region of major centers and they might even get rich, make wines , cheeses , the daughter was afraid at first , but eventually agreed with his father and departed this journey into the unknown

Now installed on a coffee farm , the house was in the colony , a row house all the same , where the Italian colonists lived , a bathroom and a well that served three houses , a small yard . Were happy with their jobs , the work on the farm was hard for Mr. Paolo , and after 15 years of living in Brazil , was saving money to buy a place , a dream for the family, but began coughing and not long passed away tuberculosis and was buried in the cemetery of San Manuel . Dona Guizzard Amabile , Italian hardworking and determined , took the money the father had kept tied up in a handkerchief , told and went looking for a piece of land to buy, the father told her that he had found and would like to see improved so now she would have to do , talked to the foreman of the farm and went to the city of São Manoel to buy a place , it was difficult , because only spoke Italian , went into a fabric store where I knew an Italian who worked as a salesman and he said that was more to the northwest of the state and there would do well , good land to plant coffee and colonia Italian was great due to the cafesais was in search of the children , who had all joined and went Cafelândia , Simões village near Pongaí , a community of Italian immigrants and bought a place there .

By 1928 , now with grown children willing to work and started a new life . His children Bepa Marcato , married in San Manuel and followed her husband to the region of Presidente Prudente and never heard about it , Helena Marcato married also in São Manoel , and went to the capital , in the Vila Prudente . Jesolberto , Antonio Ambrosio and the youngest went with her mother to Cafelândia .

Now I really went to work , went to the farm in the morning and one at night returned to the small house of wood, a barn , a pigsty to raise pigs , which took a well water to supply the house . Dona Amabile never learned Portuguese , language too complicated for her, but the children when they came to Brazil with the coexistence with the Brazilians ....

 

 

 

 

BIOGRAFIA  DE  IRINEU LUIZ  MARCATo

Bisavô - PAOLO MARCATO

AVÓ    -  AMABILE GUIZZARD  MARCATO

PAIS   - ASSUERO MARCATO  (ANTONIO MARCATO)  SEUS IRMÃOS :  DAGOBERTO MARCATO, HELENA MARCATO, BEPA MARCATO E AMBROSIO MARCATO

TODOS NASCIDOS NA ITALIA-  VERONA- CASTANHARO

INFORMAÇÃO SOBRE A SRA  BEPA  MARCATO- CASADA NA DECADA DE 20 E FOI RESIDIR NA REGIÃO DE PRESIDENTE PRUDENTE.

ENTRAR EM CONTATO COM  SR IRINEU LUIZ MARCATO - EMAIL  ir.marcato@ig.com.br

 

 

 

 

 

RETRATOS DA FAMILIA

Fundador da Faculdade de Filosofia de Lins-  Padrinho  de  Batismo e tio materno de Irineu Luís Marcato.

Tia Dirce Pazetto, Herminia Pazetto, Tia Odete Pazetto.

 

Herminia Pasetto  Marcato-Sebatião Sepulvida,Maria Antonia

-

MONSENHOR  LUIZ  GONZAGA PASETTO    E   SUA   MÃE    AMELIA PASETTO.

  

 

                                                    --------------------------------------------------------------------------------------------------------

                                                             CONTOS E CAUSOS DE IRINEU LUIZ MARCATO

                                                              PAOLO  MARCATO

     

 

         1913 foi um ano promissor, muitas familias italianas chegavam ao Porto de Santos.O navio atracou e um tumulto generalizado formou-se em torno dos passageiros. As bagagens não havia sido desembarcada ainda e aquela familia já estava sendo recrutada para uma fazenda de café no noroeste paulista,o nervosismo tomou conta do Sr Paolo Marcato, sua nora havia viajado com ele da Italia a procura de uma vida nova, trazendo consigo seus netos. Seu filho morrera de tuberculose na Italia e vendo que poderia morrer tambem, assim como toda a familia, decidiu repentinamente que viriam para o Brasil , uma campanha feita pelo governo Italiano que passava por uma crise  economica que estava afetando toda a Europa que culminou mais tarde com a 1ª Guerra Mundial, aproveitaram a oportunidade e com outras familias da mesma Provincia  de Castanharo iniciaram a grande jornada rumo a terra prometida, quando avistaram o Porto de Santos, com suas casas antigas, era o começo do século e tudo era muito singular no Brasil. Mas agora era tarde para medos e indecisão. O Feitor no Porto designou os Marcatos por  quantidade de homens na familia, como Sr Paolo trouxe 3 netos homens e  2 netas além da nora, foram enviados para São Manoel. Muitos outros Marcatos vieram neste mesmo navio, todos da mesma região da Italia- Verona- Castanharo.

Diante do tumulto e na ansia de pegar a bagajem, separaram-se e cada familia foi para uma determinada região, como só falavam italiano, ficaram incomunicaveis por decadas, nesta operação intrincada, alguns foram para  Ipaussú, Perdeneiras e outros lugares, perdendo o contato com seus familiares.

Sr Paolo Marcato não estava bem de saúde, a viagem de navio, o clima e a alimentação só piorou o estado de saúde, sua nora Amabile Guizard Marcato com receio que o sogro não duraria muito, e infeslimente assim que começaram a trabalhar ele faleceu de tuberculose, a sua maior preocupação era os filhos, Antonio estava com 3 anos quando chegou ao Brasil, seu nome era Assuero Marcato, mas como acharam estranho o nome , resgistraram no porto como Antonio, que abreviado ficou Tony, e assim por toda a vida o trataram por este nome, só  vieram a saber de seu verdadeiro nome quando anos mais tarde foram ao consulado e  seu registro de nascimento constava seu nome. Mas era tarde demais ele proprio estranhou seu nome singular. A vida continou agora com muito trabalho, Dona Amabile foi para a lavoura substituir o sogro que falecera, e as meninas cuidavam da casa, até quando também foram para a lavoura, Tony ia para os cafezais fazer companhia para a familia, e aprendeu rapido o português, assim como as irmãs. Dona Amabile resistia e falava só italiano com os filhos mais velhos, com o dinheiro ganho na lavoura, ela conseguiu guardar um bom dinheiro que juntou com o que o sogro havia trazido da Italia, com a venda de alguns pertences.

                                                                      AMABILE  GUIZZARD

       Era uma italiana bonita, robusta e trabalhadeira, estava em São Manoel já algum tempo, seus filhos cresceram e a ausência do sogro foi logo superada pelos rapazes que eram fortes e trabalhadores. Sua  tia  Rizoleta tambem viera da Italia com os filhos, e era o único alento na sua vida , uma vez que não havia mais niguém da sua cidade natal, e os primos podiam ter contato com seus parentes, mas Amabile soube atravéz de uns conhecidos que em Vila Simões em Cafelandia, havia terras bem barato para comprar e seus filhos já estavam casados e sua  filha Bepa casou-se e foi com seu marido para Presidente Wenceslau e nunca mais se soube dela, naqueles tempos idos, não havia correio, e o idioma não ajudava muito e assim se perderam nos tempos, Helena casou-se e foi para São Paulo construir sua familia, esta de quando em quando dava noticias.Diante deste quadro Dona Amabile resolveu levar seus filhos para Vila Simões e lá compraram um sitio que na oportunidade estava arrendado para uns homens, e o arrendo se dava assim: o arrentatario plantava café e durante o periodo de crescimento até a colheita era aproximadamente uns 4 anos, e então ele poderia plantar feijão, milho, mandioca ...

       No ato da compra foi feito o acordo, porém seus filhos Ambrosio e Dagoberto de temperamento exasperado, começou uma desvença com os arrendatarios , culminando com uma briga feroz, quase ocorrendo uma morte e acabaram vendendo e foram embora para Cafelandia.

 

                                                                         ANTONIO MARCATO

 

        Antonio ficou em São Manoel com Tia Isoleta, para ajuda-la com os filhos que ainda eram pequenos e os ajudou a criar, depois de um certo tempo Tia Izoleta recebeu uma herança da Italia da parte do seu marido, irmão do Sr Paolo Marcato, com a incumbencia de dividir com os herdeiros, mas como dona Amabile estava em Vila  Simões ela pediu que Antonio voltasse para a casa de sua mãe que ela estaria indo para São Caetano do Sul e lá comprou muitas propriedades e se instalou com seus filhos.

Antonio chegou de madrugada em Cafelândia no trem  noturno e foi recebido  com alegria por sua mãe e irmãos, mas a vida não estava façil para os Marcatos,voltaram  a trabalhar na lavoura e Antonio com pouco mais de 15 anos,começou a trabalhar na lida de bois, graças a isso acabou por ser um dos retireiros mais requisitados da região.

       Dona Amabile tambem com sua saúde abalada por uma tosse sem fim, uma noite fria morria de tuberculose, e seus filhos agora só, sem a mãe que os empurravam sempre determinando tudo como uma madona italiana das antigas como não se vê mais como antigamente.

                                                                        

 

                                                                       Revolução de 1932

     

       O governo recrutava jovens para irem lutar na revolução e Antonio agora com 19 anos, ficou com medo de ser convocado, mas como era Italiano não naturalizado escapou por pouco e continuou sua vida trabalhando nas fazendas e café em Cafelândia,e sua vida orfão de pai e mãe, em uma terra distante da sua, sem parentesm uma vez que seus irmãos, haviam constituido familia e suas irmãs haviam mudado para longe, sua irmã Helena morava em São paulo e sua outra irmã Bepa Marcato casara-se com um rapaz da região e foram trabalhar em Presidente  Wenceslau- SP, ele um rapaz bonito, moreno, agora muito mais por conta do sol escaldante do  noroeste paulista, tinha traços europeus mas qualquer pessoa que o visse não diria que era italiano,como nasceu na Italia as margens do Mediterraneo, quem sabe não tinha parentesco com arabes. Seus olhos castanhos era muito admirado pelas moças da cidade, seu corpo atletico era bastante invejado pelos amigos, porém era tímido e bastante reservado, quem sabe espera de sua futura esposa.

      Antonio caminhava naquela manhã de domingo na rua principal de Cafelândia  havia acabado a missa das nove horas, e tranquilamente dirigiu-se a sorveteria que ficava bem proxima da Igreja, hábito adquirido a muito tempo, saia da missa e desfrutava de um sorvete de palito. E neste momento algumas moças passavam em frente a sorveteria conversando com sombrinhas abertas para se proteger do sol, ele olhou com curiosidade, eram tão bonitas,usavam vestidos franzidos na cintura e com um cinto apertando o mais que podia para fiicar com a aprência de uma cintura bem fina, era moda e as moças usavam e se vangloriavam de seu corpo esbelto, o vestido abaixo do joelho balançava com o andar das meninas. Ele ficou encantado com a beleza de uma delas. Olhou firme para ela e foi retribuido com o olhar e o cupido os flexou naquele momento magico.

       O domingo passou depressa, a tarde Antonio assistiu uma partida de futebol na fazenda , mas seus pensamentos a todo momento se voltava para a moça de sombrinha  azul, será que seus olhos eram azuis ? não se lembrava disso, a viu de relance, só se lembrava do olhar que trocaram, sim eram azuis !  acho que era ! exclamou em voz alta, quem era? nunca a tinha visto em Cafelândia ! era novata ali, quem sabe os pais trabalhavam em alguma fazenda de café ! O jogo terminou e foi para casa imaginando que no domingo seguinte ela estaria na missa e a veria de novo.

        Domingo chegou, mas parecia que fazia anos desde o último domingo, vestiu sua melhor roupa e dirigiu-se para a cidade com a mais firme intenção de assistir a missa e rever a moça, quem sabe até conversar com ela. A igreja estava cheia e ele não conseguia ver todos que lá estavam, na saída displicentemente ficou na escadaria para ver todos que passavam e a espera não foi longa, ela descia as escadas acompanhada de suas irmãs e mãe, um temor passou por seu coração, a menina parecia estar muito bem protegida entre a família, e quando a viu seu coração disparou e percebeu que ela olhou diretamente em seus olhos. e foi-se embora , naquele domingo Antonio não foi a sorveteria, dirigiu-se a sua casa afim de pensar como encontraria um meio de falar com ela.