CONTOS E PROSAS DE CARLO PRETO

  HOMENAGEM AO SR LUÍS CARLOS DE OLIVEIRA

       O dia mal acabava de amanhecer e Carlo Preto e sua família já estava na cozinha da festa de Santos Reis, um alvoroço de gente preparando as panelas e ascendendo o fogo, as mulheres descascando as batatas, e cortando as cebolas e alhos que seriam usados nas receitas, Carlo Preto era um dos encarregados de fazer a batata com carne e com uma calma que lhe é peculiar foi até os homens que  cortavam os pedaços que ele usaria e ficou animado com uma prova que se iniciava e, mas logo abandonou a conversa para começar logo a comida, e as mulheres faziam macarronada e outra equipe de homens fritavam as carnes de porco, muitos bois foram mortos para a festa, tudo foi doação dos fazendeiros e da Folia de Reis que percorriam as fazendas pedindo prenda e saiu satisfeito quando ganhavam um garrote ou um porco, galinhas, arroz, feijão, macarrão, gordura de porco, batatas, cebolas, alhos, colorau, enfim tudo o que estava lá foi por alguma promessa ou por prazer mesmo em contribuir com a festa que é a mais tradicional da nossa região, mas Carlo Preto é um homem de fala mansa, sem pressa e é um dos mais requisitado para cozinhar para a multidão que iria chegar, era esperada mais de 2000 pessoas e tinha que andar depressa com a comida, todos os cozinheiros eram voluntários e as mulheres que cozinhavam eram suas esposas e filhas, comadres, conhecidas.  Tudo estava pronto, foi feito uma cobertura para proteger do sol forte e as mesas eram de cavaletes com uma prancha de madeira onde eram servidas as refeições para as pessoas e podiam comer a vontade. De onde estava Carlo Preto viu os carros chegando com sorvetes, refrigerantes cervejas, doces,  balas e uma caminhonete carregada de sacos de laranjas acabavam de estacionar estrategicamente perto das barracas. Ele olhou com interesse as laranjas e pensou que depois do almoço compraria um saco de laranja descascar em baixo de uma boa sombra de arvore, e a festa continuava agora muito mais barulhenta, o povo chegava a todo instante, e aquele converseiro de  gente, abraços das comadres e conhecidas dava gosto de ver. Assim conforme ia acabando a comida mais ia sendo feita, uma fartura danada, tinha para comer e até levar para casa se quisesse. Os homens fritavam as carnes de porco em uns tachos bem grande, trabalho perigoso por demais, mas era gente acostumada com esta lida de festa e as mulheres não venciam lavar pratos, as pessoas que serviam a mesa não se cansava de ir e voltar com as bandejas cheias. Até que lá pelas 2 horas diminuiu o povo para almoçar e Carlo Preto pegou uma faca na cozinha e recebeu o saco de laranja do seu filho e foi procurar uma sombra boa para sentar, logo avistou uma mangueira frondosa com um tambor virado de boca para baixo e rapidamente tratou de sentar, abriu o saco de laranja e foi descansando devagarzinho e ali ficou por um tempo e começou a chegar companheiros para uma boa prosa e descansar e prosa vem e prosa vai, Carlo Preto viu uma grávida se aproximar e sentar em um barranco bem próximo dos homens, e de vez em quando passava a mão na barriga e Carlo Preto não pestanejou , perguntou se queria uma laranja, ela acenou com um sorriso que não, mas Carlo Preto ficou encafifado com aquilo, e cá com seus botões achou que ela estivesse envergonhada de aceitar e descascou cuidadosamente uma laranja, tirou a tampa e deu a ela para comer. Percebeu o quanto aquela mulher ficou satisfeita e quando acabou de comer foi embora e neste instante Dona Geni apareceu pedindo para se apressar que vinha chuva por aí e ele mais que depressa pegou o que restava de laranjas no saco e seguiu Dona Geni, antes encomendou que pegasse a vasilha para levar um pouco de comida que ele não havia almoçado e assim foi feito, Chegando a Platina, cansado e com fome, olhou no fundo do quintal e viu a jabuticabeira e tirou a camisa ficando sós de bermuda sentou-se e por 40 minutos pensou na vida de quanto esta vida era boa!

    Agora mais descansado entrou em casa tomou um banho e pegou a vasilha com a comida que havia trazido e satisfeito comeu e se fartou e agradeceu a Deus por mais uma festa de Santos Reis.

  Assim é nosso amigo Carlo Preto e sua generosa família!

                                                                              A FESTA DE ANIVERSÁRIO

     O céu estava estrelado, eram cinco horas da manhã, olhei pela janela do quarto e aspirei o ar da madrugada, e deduzi que o dia seria maravilhoso, abri a porta do quarto e fui até a cozinha preparar o café da manhã, observei que o horizonte estava com aquele clarão alaranjado demonstrando que seria um dia bem ensolarado, estamos em agosto e uma ventania, característica de final de inverno, anunciando a primavera era constante, uma brisa fria ainda persiste, mas estava uma temperatura agradável, mas mesmo assim não esqueceria os agasalhos para a viagem que durariam uma duas horas até Sertaneja no Estado do Paraná, neste ano as estações foram um pouco diferente, não tivemos um inverno como em todos os anos, só veio uma massa de ar polar que nos atingiu pouco, e foi-se com a mesma velocidade que chegou, houve perdas na agricultura, porém como nós plantamos uma quinzena antes do previsto, o milho não foi atingido, já estava em processo de secagem do grão, observei pela janela da cozinha, os primeiros raios de sol iluminando o milharal já quase seco, e ao longe, o gado pastando, os pássaros cantando no pé de manga com suas primeiras mangas ainda pequenas, indicando que teríamos uma fartura no Natal, o barulho que fiz na copa foi de propósito esperando que o demais membro da família acordasse para a viagem, mas parece que isso não foi o suficiente e tive que ir chamá-los, levantaram-se preguiçosamente, como sempre Irineu ainda foi fazer a barba e com muita demora conseguimos entrar no carro e começar a viagem.

        Desde que o Isaias veio morar conosco viajo no banco de trás, fiz uma pequena oração e entramos na pequena estrada vicinal que dá acesso a Platina, e só depois entrar na rodovia que nos levaria até a festa. Hoje em dia a viagem deixa-me muita cansada, mesmo as pequenas, e ainda teria que chegar a tempo da missa das sete em Platina, pois teria uma reunião com o padre, pensando nisso e em um monte de outras coisas, a viagem seria mais rápida, a estrada no estado de São Paulo estão em péssimo estado de conservação e achei que não chegaria viva com tantos buracos e quando entramos no estado do Paraná, a diferença era visível, achei que estava em outro mundo, parecia um tapete negro no chão, e um pedágio indicava a conservação das estradas, com um sorriso contido, ouvi meu marido praguejar por conta do pedágio, e retruquei que graças ao mesmo, estávamos agora com uma rodovia de primeiro mundo. Neste momento percebemos o carro da amiga que se aproximava, indicando que havíamos chegado, e fomos direto para o sitio onde seria o churrasco.

       Alguns convidados já haviam chegado e a animação era completa, Sr. Jaime e Sra. Cida nos recebeu calorosamente com abraços afetuosos, e toda a família se reuniu na cozinha para conversar e  contar as histórias de família, outros se espalharam pela sala e os homens mantinham-se no quintal, preparando as carnes que seriam servidas por volta das 11 horas e que não teria fim pelo visto, preparamos uma salada de batatas com milho, ervilhas, arroz branco e mandioca cozida, uma tradição nesta região do país, e com muita alegria, com as crianças brincando e os jovens conversando, a tarde chegou rápido, e por voltas das 5 horas da tarde, nos despedimos confirmando nossa visita a qualquer hora novamente e os convidando para nos visitar logo.

Assim foi a festa de Leonardo, havia feito aniversários alguns dias antes, mas devido a um problema cardíaco, fora marcada sua operação no coração e ele está convalescendo e a família decidiu por bem comemorarmos assim mesmo, o que foi uma maravilha, uma vez que graças a sua juventude e saúde superou mais esta cirurgia que foi um sucesso.

PARABENS LEONARDO

AMAMOS MUITO VOCÊ!

                               FÚRIA DA NATUREZA

Outro dia ao acordarmos, o dia estava lindo quando de repente o cenário muda. Deus sopra as nuvens e como se fosse um ciclone, percebemos a fúria da natureza.
        Era um dia lindo de verão, amanheceu e logo começou a ventar, saí na varanda e olhei para o céu, olhei com atenção para as arvores para sondar de onde estava vindo o vento, era um tipo de vento circular, ora ventava de um lado e ora de outro, sempre sigo a orientações dos japoneses, oriento-me pelas formigas, depois pelos cães e por últimos os pássaros, eles sempre sabem o que vai acontecer.
        Estive no pomar e olhei os montinhos de terra que as formigas estavam fazendo apressadas, e o formigueiro era grande, muitos estavam abertos para levar alimentos para  dentro, continuei a observar os ventos e percebi que o cão havia feito buracos no quintal próximo de onde dormiam,
adentrando no pomar percebi que os pássaros estavam limpando as penas, e voando baixo, nem mesmo o gavião estava caçando ovos de passarinho, fiquei desconfiada e voltei e comentei que teríamos temporal naquele dia, e dos bons.
      Lá pelo meio dia nuvens pesadas caminhavam lentamente pelos céus, a cada hora que passava mais nuvens do norte se aproximava e o tempo foi ficando escuro, já pelas 3 horas das tarde densas nuvens apareceu no horizonte a noroeste do sitio, e vinha já com muita ventania, as arvores balançavam
a mercê dos ventos, e a arvore de passarinhos rangia com a força dos ventos, os cachorros estavam nervosos e queriam entrar em casa, um manto negro se espalhou e fui fotografando a evolução da chuva, como aqui é uma região com colinas, dá para acompanhar a chuva em toda a sua extensão, começou a chover a princípio uma chuva mansa, depois desandou um temporal memorável.
      Por 2 horas choveu sem parar com ventos, trovoadas e relâmpagos, que iluminava os céu. Quando tudo acabou , havia uma enchente e o ribeirão que atravessa o sitio havia mudado de lugar, onde tínhamos um tanque de peixe, hoje corre o ribeirão, e onde era o ribeirão hoje é um banhado.
Inacreditável!

                                      Minha infância foi bem colorida

   O ano de 1964 transcorria serenamente e na época do natal o movimento no armazém do Manoel  Gomes era intenso, as pessoas comemoravam o Natal sem árvores coloridas, e sem os presentes que hoje estão na moda, e naquele dia de dezembro, um calor insuportável, cavalos, carroças e charretes chegavam a todo instante, na rua do lado do armazém. Manoel Gomes havia colocado vários mourões de madeira , para que os cavaleiros deixassem seus animais. Mais adiante as carroças e charretes iam encostando,  e as famílias aproveitavam estes momentos de lazer para ir à igreja e no cemitério local.

    Naquele dia só passavam cavalos e carroças na rua, a chuva forte na noite anterior provocou um lamaçal de terra vermelha, e os palanques de tora de madeira de árvores cortada no sitio serviam para amarrar os cavalos.

       Em frente ao armazém, o movimento de pessoas era grande, os lavradores, sitiantes e fazendeiros com suas famílias vinham à cidade para fazer compras, e visitar os amigos, à tarde depois das visitas eles arrumavam seus sacos alvejados com capricho por suas mulheres e iam embora. A maioria deles eram empregados na usina de cana de açúcar, faziam suas compras para pagar no final do mês, e raramente alguém dava problema, pois o único armazém na cidade era de Manoel Gomes e era importante manter as contas em dia. Mas era muito raro não acontecer uma briga, e todos eles vinham armados para a cidade, e assim que chegavam entregavam as armas para o comerciante guardar ,em uma gaveta que mantinha só para isso, era armas de todos os tipos, desde faca até revolver, uma forma de Antonio Soldado não lhes tomar a arma.

        Antonio Soldado era um militar as antigas, usava um farda muito bem passada, revolver na cintura e um quepe que lhe dava um olhar distinto, era um homem muito alto, moreno, magro e com um olhar fulminante que não deixava dúvidas em seus opositores, e assim ele mantinha a cidade sob seu comando, lembrando sempre que o soldado anterior levou uma surra de chicote na praça, e jamais voltou e quando veio já sabia do temperamento dos homens dali.

       Mas naquela tarde de dezembro com um calor escaldante, com os homens bebendo muito não demorou que as brigas começassem dentro do armazém, a correria em busca das armas foi geral, todos de posse de armas com socos, tapas e tiros até que o soldado Antonio apareceu na porta do armazém, o homem que só apreciava a briga e a turma da deixa disso foi jogando suas armas embaixo do balcão, e os briguentos no calor da briga, e embriagados como estavam, nem perceberam que o Soldado estava lá.

     Sr José era um homem baixo, atarracado, forte com a lida diária, branco, e tinha uma voz fina e enjoada, quando bebia ficava insuportável, desafiando os homens para briga, e seu opositor naquele dia também um homem forte de aparência feroz, com uma faca na mão tentava matar Sr José, que era compadre de Manoel Gomes.

      Um tiro foi disparado e todos olharam de uma só vez para o soldado que nesse momento estava com seu 38 na mão engatilhado, tomou as facas dos dois homens deu para Mané Gomes guardar na gaveta e disse-lhe que só lhe dessem no dia seguinte quando fossem embora.

      Saiu pela mesma porta que entrara com os dois na frente cambaleando e tropeçando nas pedras da rua, caminharam devagar pela rua principal com todos os olhares de pesar, e no quarteirão de cima sumirão rumo à cadeia local, esta era de tabua, casa velha adaptada para a cadeia, não tinha fechadura e um velho cadeado servia para trancá-la, encaminhou os dois para o quarto que servia de cela, e fechou com uma tranca de madeira e do lado de fora pela fresta das tabuas, disse para que dormisse pois passariam a noite ali.

       No outro dia bem cedo um cavalo baio com uma mulher montada, cavalgando calmamente, a mulher era magra, rosto quadrado, beleza singular, porém rústica, braços fortes de quem tinham hábito de lavrar a terra, com uma saia de algodão branco uma camisa de manga comprida azul marinho, uma calça comprida por baixo da saia e botas de montaria, parou em frente o armazém, sem descer do cavalo, foi logo perguntando onde estava seu marido, e Manoel Gomes disse-lhe que fora preso embriagado e passara a noite na cadeia, ela com um aceno de cabeça, o que foi considerado como uma obrigada dirigiu-se a cadeia publica da cidade e lá já ouviu a choraminga do marido, desceu do cavalo e pelas frestas da tábua de parede ficou sabendo do ocorrido e foi à casa do soldado para conversar e pediu-lhe que o soltasse, pois tinha muitos filhos para sustentar e hoje já tinha perdido o dia de trabalho e ofereceram como recompensa pelo favor dois frangos gordos, e o soldado que não tinha mesmo intenção de ficar com o preso dando trabalho com alimentação e água, mais que depressa o soltou e ficou por demais de satisfeito com os frangos.

        Montou novamente em seu cavalo e no caminho encontrou o soldado que a olhou com admiração e respeito, e seguiu seu caminho de volta a fazenda com o marido 10 passos a sua frente como mandava o costume.

       Antonio soldado sentia orgulho de si mesmo, quando veio para cá a cidade não tinha lei, o último policia tinha levado uma surra e foi embora e nunca mais voltou, e agora com ele as pessoas sabem quem manda, a população tinha medo dele, quem sabe por que, talvez a altura dele, ou quem sabe se é a farda bem passada, ou o quepe, ou seu olho de poucos amigos, vai saber, ou o conjunto de tudo isso. Enquanto isso no Armazém o assunto era a briga, o soldado, as compras começavam a ser ensacadas em sacos branquíssimos que as esposas enviavam para colocar sobre o cavalo, assim mais um dia terminava.

       A noite chegava com lampiões e lamparinas sendo acesa e Manoel Gomes sentava-se em uma cadeira feita pelo serralheiro da cidade, era de vergalhão de ferro, pois não agüentava mais ver suas cadeiras serem quebradas na cabeça de alguém e avisou os fregueses que as cadeiras agora eram de ferro, e os amigos iam chegando para por a prosa em dia enquanto Manoel contava o dinheiro do dia.

                                                                                                                                                      20/11/2013

     TEMPO  DAS FRUTAS TROPICAIS

                    A grama verde e alta molhada pelo  orvalho da manhã, era um incomodo, pois mal começava a caminhada e meus pés já estavam úmidos, a trilha apresenta-se limpa só com algumas folhas secas do pé de goiaba, folhas estas que havia caído no último inverno, um olhar mais atento nos galhos da goiabeira para observar alguma cobra peçonhenta, que é muito comum aqui na região algumas vezes já as encontrou enrolada em algum canto, uma das coisas que apavora seria por algum descuido pisá-la, todo o cuidado é pouco, fui caminhando e cantarolando um mantra, e assim que terminava, começava outro, o caminhar fica muito agradável. O chapéu de palha usado para estas caminhadas era  sempre puxado para frente, pois o raio do sol ofuscava os olhos, e a concentração para cantar fica muito mais elevado. O dia amanheceu maravilhoso ! Levantei-me as 5:30 da manhã para aproveitar os raios luminosos do sol, a intimidade com a natureza é algo surpreendente, olhei para o céu e uma lua linda prateada descia no horizonte e o sol esplêndido levantava-se para um novo dia, e lembrei-me de que era o ultimo dia da lua cheia e também a oportunidade de apreciar dois astros no céu ao mesmo tempo. Lembrei-me de minha mãe que contava uma lenda quando criança que o Sol e a Lua eram casados e que por causa do calor excessivo foram separados, um de dia e outro a noite, e que uma vez por mês poderia se olhar por alguns minutos. E agora posso ver o Sol e a Lua juntos no horizonte. Embalada nestes pensamento continuei minha caminhada, agora com um sorriso nos lábios imaginando este castigo eterno.

Uma laranjeira cheia de frutos fora da estação, indicava que teríamos laranjas no natal, mais adiante um pé de Alexis, com uma copa enorme com seus cachos de frutas, fiquei feliz era o primeiro ano que produzia, as mangueiras carregadas de mangas verdes, o bambuzal agora com mais de 6 metros de altura invencível nos dias de tempestades com seu barulho assustador, afastei-me rapidamente, pois costuma ser abrigo de cobras, desci por uma trilha mais estreita e apreciei o pé de amora carregado de amoras, e o revoar de pássaros que ali se alimentavam nas primeiras horas da manhã, apressei o passo e encontrei o bananal começando a amadurecer, os periquitos atrevidos já estão se deliciando com as primeiras bananas, sorri de novo e minha horta tão linda cheia de cebolinha, salsa, coentro, chuchu, e dois pés de maracujá subindo em uma mangueira para dar frutos na Páscoa.

Desci até a porteira para olhar as plantas ornamentais, que agora na primavera estão lindas e floridas, o coqueiro anão plantados a mais de três anos, por algum motivo não desenvolveu, creio ser a temperatura do inverno nestes últimos anos, foram dias de frio intenso, olhei a imensidão de terras plantadas agora com soja, e aquela satisfação que um produtor rural sente quando uma boa chuva cai sobre a terra e as plantam crescem. Neste momento escutei a porta da cozinha abrindo e saí dos meus devaneios matinais e apertei o passo para chegar a casa onde um café da manhã será servido. Antes de retornar a casa ainda fui observar o beija flor com seu ninho que mais parece mais uma concha, com dois filhotes, é interessante o bico dos filhotes ficam fora do ninho de tão grande que são, ainda sem penas, só uns fiapos fico imaginando como sobrevive depois de uma temporal como o de ontem, com ventania, com certeza ela escolheu ali para fazer o ninho, pois a varanda é bem inclinada. Como é bom ter estes vizinhos, pardal, beija flor, canários, e de vez em quando uma coruja que fica observando eu orar. Desconfio que ela goste de rezar!

                                                                                                                                        19/11/2013

CAUSOS ANTIGOS - SAUDADES DOS VELHOS TEMPOS DE MENINA

     A casa era enorme, tinha 4 quartos, 1 sala enorme, todas os cômodos eram de assoalho,o pé direito tinha 3 metros de altura, haviam janelas de ferro na sala, e venezianas nas janelas do quarto, a cozinha era  pequena, mas tinha pia e um fogão a lenha, com janelas e uma porta bem reforçada com uma tranca de ferro, um quarto que tinha acesso a cozinha era voltado para o quintal , onde lindas mangueiras ainda jovens cresciam robustas, e tinha um banheiro. Nunca tinha visto um banheiro antes ! Lá foi a parte mais interessante daquela casa, observei o sanitário e achei engraçado, um chuveiro elétrico havia sido instalado, o piso era de cimento encerado de vermelho, lindo aquele aposento! devo ter experimentado! pois era muito curioso aquele banheiro, até então  na chácara só tínhamos privada, era uma casinha no quintal onde tomava-se banho e fazia as necessidades fisiológicas, era curiosa, queria saber tudo, cheguei a um pavimento que dava acesso ao armazém, um ambiente sem janelas, que nunca foi usado, só servia de passagem entre a casa e o comercio, era toda forrada com uma madeira bem estreita que dava um aspecto bonito ao lugar.
      Hoje seria o dia da mudança e tive a oportunidade de conhecer a casa vazia, fui até o quintal, como era grande! Todo cercado com uma cerca velha que precisava de reparos, coisa que os meninos fariam assim que mudasse, perto da porta da cozinha havia um poço de agua, com uma bomba, coisa que fora proibido desde o principio que não tocasse, e o saril estava lá com um balde amarrado com uma corda fina, pronto para descer até o fundo do poço e de lá retirar agua pura de  ótima qualidade, mas adiante estava a privada, olhei com desdem para ela, e lembrei-me do banheiro, lindo dentro de casa, fui até o final do quintal onde podia se ver a casa dos vizinhos, curiosamente fui dar uma espiada,eles me conheciam desde que nasci a 6 anos atrás, e já tinha a péssima reputação de ser muito arteira, mas eles estavam seguros, uma vez que mamãe tinha a péssima mania de dar boas surras nos filhos, e eu era a preferida nas surras, muito por merecimento do que por injustiça, olhei pela cerca que a carroça  com as mercadorias do Armazém estavam chegando, corri até lá e já levei uns petelecos dos meus irmãos que não queriam criança por perto, mas fiquei por ali ate  carroça voltar para antiga casa onde havia nascido.
         Nossa casa antiga , pouco lembro dela, tinha 6 anos agora com a mudança,  tudo o que lembro era da área que tinha , onde aos domingos ficava sentada para ver os cavaleiros e carroças passar, a Fiona cuidou de mim desde que nasci, e fazia o que queria, ela gostava demais de mim e deixava fazer todas as artes  impossível e imagináveis, inclusive ir no rio que passava no fundo da propriedade, e usar os sapatos  salto Luís XV  da minha mãe, que com esta arte ganhei uma torcida de tornozelo e fiquei de molho um bom tempo, mas era tudo, agora só pensava na casa nova, que de nova não tinha nada, foi da Dona Tereza Leone, que se mudara para Palmital, vendendo tudo o que tinha em Platina e indo embora para uma cidade maior, para que os filhos estudassem, e hoje nós íamos morar lá, os comentários era que a casa era mal assombrada e isso me pôs apreensiva, uma vez que todos nós tínhamos medo de assombração.
        O dia foi curto para tanta mudança, tivemos que dormir no chão na casa nova, até que pudessem colocar tudo no lugar. Recebemos uma semana depois um jogo de sofá estampado com flores vermelhas, última moda e fiquei encantada com aquilo, outra novidade, só havia sentado em bancos e cadeiras de madeira dura e agora aquele conforto, uma mesinha de centro e uma cristaleira, e a sala ficou completa. Que sala mais linda !
        Pensei nem vou a escola, pretendo ficar sentada nesta sala por toda a minha vida, ouvira minha mãe falar que iria só com 8 anos e tinha muito tempo ainda, ia completar 7 anos em abril, e estava feliz...
 Continua..

                ------------------------------------------------------------FANTASMAS  EXISTEM !!!  -----------------------------------------------------

         Eleonora estava fazendo um curso de chocolates em uma loja, muitas alunas a todo momento espremiam-se no pequeno recinto, e uma conversa animada surgia entre todas, a ponto de formar um barulho horrivél. A culinarista entrou na sala e como por millagre todas ficaram em um silencio sepulcral.

         Olhou com um ar severo porém amigavél, abriu um sorriso e cumprimentou a todas e em seguida pediu silêncio absoluto. Eleonora estava com um conjunto de calça preta com uma blusa estampada que cobria até os quadriz, tinha um ar de pessoa interessada no curso, e escolheu um lugar mais ao fundo para sentar, nestes cursos que senta na frente são as que querem tirar fotos, e não era o caso de Eleonora. Era alta e sobressaia as demais, por conta de um olhar penetrante e calculista. Durante a aula o celular de Eleonora tocou e todas olharam para observar, e neste momento ela saiu da sala e atendeu, uma voz masculina do outro lado da linha disse-lhe que estava no hospital muito mal e que iria morrer, naquele momento ela achou que era brincadeira de mal gosto, afinal ninguem liga de hospital dizendo estar em estado terminal anunciando a propria morte. Foi um choque para Eleonora, mas voltou a aula com o semblante diferente, todas notaram que algo havia acontecido, e assim que terminou todas sairam, e como não se conheciam, cada qual para o seu lado foram embora. Neste momento Eleonora achou que estava ouvindo coisas, e ligou para um amigo para perguntar se o Abilio estava doente,ele surpreso disse que havia morrido já fazia 3 dias em um hospital de cancer. Foi um choque ! Ele acabou de falar comigo no celular, disse que estava doente e que precisava falar comigo. Meu amigo ficou impressionado e pediu o numero do telefone registrado no celular, agora muito nervosa Eleonora buscou na agenda e encontrou o numero e repassou para o amigo que checou e disse que era o telefone celular de Abilio.

        Eleonora desligou o celular e voltou para casa, agora com uma tristeza ímpar, será que Abilio morreu querendo dizer algo, fazia muitos anos que não se viam, havia mudado de cidade, e não tiveram mais contato, e agora este telefonema estranho. Eleonora não acreditava em fantasma, sabia que existe coisas além do conhecimento humano, mas falar no celular, achou muito moderno para seu gosto. Fez um jantar basico, e foi dormir cedo. Acordou várias vezes a noite e seus pensamentos sempre se voltava para o telefomena, e impaciente tomou um calmante e voltara a dormir.

       Levantou-se naquela manhã com lembranças vagas de Abilio, o que teria acontecido, era jovem ainda, provavelmente uns 45 anos,casado sem filhos , advogado conceituado na cidade, muitos amigos,churrasco. Sentiu pena por ter ido tão cedo !

       Levantou-se da cadeira onde tomava café e o celular tocou e Amilcar disse de um só folego, que o celular de Abilio tinha sido desativado no dia seguinte da sua morte e que sua esposa havia guardado no cofre junto com os pertences pessoais de Abilio, era impossivel alguem ter acesso no cofre, por qualquer pessoa. Um enigma estava a caminho ! perguntou detalhes do telefonema e disse tudo o que ouvira da voz que era a mesma porém um pouco embargada com dificuldades de falar, e disse que havia emagrecido 30 quilos, e que era o fim. Amilcar perguntou se Eleonora era espirita e disse que não e o assunto foi encerrado alí.

      Uma tristeza imensa ficou no coração de Eleonora, não sabia o que fazer,seus pensamentos ora ou outra ia até aquele telefonema. Uma noite dormindo um sono tranquilo, fazia mais de um mês do acontecido, Eleonora sonhou que estava no Cemitério em um velório conversando com amigas, quando na porta do velório apareceu Abilio, com uma camiseta em tom de azul claro, calça de sarja e botas de cano curto,ela olhou para ele e continuou a conversar com as amigas, até então no sonho parecia real, ela olhou novamente para a porta e ele ia indo embora, Eleonora falou seu nome alto e ele voltou e ambos se abraçaram, e ele disse para ela que estava vindo para despedir, pois não queria ter partido sem dar um abraço de despedida. Neste momento Eleonora acordou e ainda sentiu a presença de Abilio no quarto. A luz do banheiro que sempre ficava acesa a noite apagou tres vezes. Lembrou daquela roupa que estava usando e da bota que sempre usava, era um habito antigo.

      Aquilo era verdade ! o abraço, a despedida, as palavras, o lugar, tudo era real e Eleonora chorou e se perguntou o quanto tinha sido importante a amizade que tinham um pelo outro, haviam trabalhado juntos por um periodo e agora se encontrava novamente após a morte como se fosse um encontro casual.

TRADUÇÃO PARA O INGLÊS:

TALES OF BLACK AND prose CARLO

                                                                            

  TRIBUTE TO MR LUIS CARLOS DE OLIVEIRA

       The day had just barely dawn and Carlo Black and his family was already at Santos Party Kings kitchen, an uproar of people preparing pots and bringing the fire, women peeling potatoes and chopping onions and garlic that would be used in recipes , Carlo Black was one of those appointed to the potato with meat and with a calm peculiar to it was to men who cut the pieces he would and was encouraged by evidence and that started , but soon abandoned the conversation start right food , and women made pasta and another team of men frying the pork meats , many cattle were killed for the party , it was giving farmers and Folia de Reis who roamed the farms asking secure and left satisfied when earned one tourniquet or a pig , chickens , rice , beans, pasta , pork fat , potatoes, onions , garlic , paprika , everything that was there was some promise for pleasure or even to contribute to the party that is the most traditional of our region , but Carlo Black is a soft-spoken man , unhurried and is one of the most asked to cook for the crowd that would come, was expected more than 2,000 people and had to move fast with the food , all the cooks were volunteers who cooked and women were their wives and daughters , gossips , known . Everything was ready , he was made a cover to protect from the harsh sun and the tables were sawhorses with a plank of wood where the meals were served to people and could eat at will. Where was Carlo Black saw the cars coming with ice cream, soft drinks beers , sweets, candies and a truck loaded with sacks of oranges had just parked strategically close to the tents . He looked with interest oranges and thought after lunch buy a bag of orange peel beneath a shade tree good , and the party was still far more noisy , the people came all the time , and that converseiro of people , hugging the bedpans and known it was a pleasure to see. As soon as I went running out the food more was being done , a hell of a bounty , had to eat and to take home if I wanted. Men frying the pork meat in a very big pots , too dangerous job, but was accustomed to read this party and women overcame not wash dishes , we the people who served the table never tired of going back and forth with the trays filled . Until there for 2 hours reduced the people to lunch and Carlo Black grabbed a knife from the kitchen and received the orange bag his son and was looking for a good shade to sit as soon spotted a leafy hose with a drum turned upside down and quickly tried to sit up, opened the orange bag and was resting slowly and stood there for a while and started to get companions for a good rest and prose and prose prose comes and goes, Black saw a pregnant Carlo approach and sit on a right next to the men , and occasionally gorge passing hand on belly and Carlo Black did not blink , asked if we wanted an orange, she nodded with a smile that did not , but Carlo Black was encafifado with that, and here with buds found she was ashamed to accept and carefully peeled an orange, removed the lid and gave her to eat . Realized how that woman was satisfied and when finished eating and gone right now Dona Geni appeared asking to rush rain coming around and he quickly took over what was left of oranges in the bag and followed Dona Geni , commissioned before that caught the bowl to take some food that he had not eaten lunch and it was done , going platinum , tired and hungry , looked in the backyard and saw jabuticabeira took off his shirt and bermuda alone getting sat and 40 minutes in my life thought of how this life was good !

    Now more rested came home took a shower and took the bowl of the food we had brought and satisfied ate and got fed up and thanked God for another feast of the Holy Kings .

  So is our friend Carlo Black and his generous family!

                                             

                                                                              A BIRTHDAY PARTY

     The sky was starry, it was five o'clock in the morning , looked out the bedroom window and breathed the air of the morning , and figured that the day would be wonderful , I opened the bedroom door and went to the kitchen to prepare breakfast , I noticed that the horizon had that orange glow showing that would be a very sunny day , we are in August and a gale , characteristic of the end of winter, heralding the spring was constant , a cool breeze persists , but it was a comfortable temperature, but still not forget outerwear for the trip that would last one to two hours Country in Paraná State , this year the seasons were a little different , we have not had a winter like every year , just came a mass of polar air that hit us little , and was with the same speed we arrived, there were losses in agriculture , but as we planted a fortnight ahead of schedule , the corn was not reached , was already in the grain drying process , watched through the kitchen window , the first rays of sun illuminating the almost dry cornfield , and from afar , cattle grazing , the birds singing in the foot with his first manga still small sleeves , indicating that we would have an abundance at Christmas, the noise I made in the canopy was on purpose hoping that the other family member woke up to the trip , but it seems this was not enough and had to go call them , rose lazily as always Irenaeus was still shave and with much ado got into the car and begin the journey .

        Since Isaiah came to live with us traveling in the back seat , did a little prayer and entered the small side road that gives access to Platinum, and then onto the highway that would take us to the party. Nowadays the trip makes me tired a lot , even small ones, and had yet to arrive in time for the seven o'clock mass in Platinum, it would have a meeting with the priest , thinking about it and a lot of other things , the trip would be faster , the road in the state of São Paulo are in disrepair and I thought it would come alive with so many holes and when we enter the state of Paraná , the difference was visible , I thought I was in another world , looked like a black carpet in floor , and a toll indicated the conservation of roads , with a restrained smile , I heard my husband cursing because of the toll, and I said that thanks to it, we were now a highway of the first world. At this point we realized that the car girlfriend approached, indicating that we had arrived , and went straight to the place where it would be the BBQ .

       Some guests had already arrived and the animation was complete , Mr. and Mrs. Jaime CIDA received us warmly with affectionate hugs, and the whole family gathered in the kitchen to talk and tell stories of family, others spread around the room and the men kept in the yard, preparing meats that would be served around 11 hours and it would have no end apparently , prepared a potato salad with corn , peas , white rice and boiled cassava , a tradition in this region , and many joy, with children playing and talking young , the afternoon came quickly , and by turns 5 o'clock in the afternoon , we said goodbye confirming our visit anytime again and inviting them to visit us soon .

Thus was the feast of Leonardo had made birthdays a few days before , but due to a heart problem, checked out his heart operation and he is recovering well and the family decided to celebrate anyway , which was a wonder , since thanks his youth and health outdone this surgery was a success .

CONGRATULATIONS LEONARDO

LOVE YOU TOO !

                               FURY OF NATURE

Another day we woke up , the day was beautiful when suddenly the scene changes . God blows the clouds and like a cyclone, perceive nature's fury .
        It was a beautiful summer day , the sun rose and soon began to blow , I went out on the porch and looked at the sky , looked carefully at the trees to probe where the wind was coming , was a kind of circular wind , sometimes windy on one side and now the other , always follow the guidelines of the Japanese, oriented myself by ants , after the dogs and the birds past , they always know what will happen .
        I've looked in the orchard and the mounds of earth that ants were making hasty , and tingling was great , many were open to bring food inside , I continued to observe the winds and realized that the dog had made holes in the yard near where they slept ,
entering the orchard realized that the birds were cleaning pens, and flying low , even the hawk was hunting bird eggs , I was suspicious and went back and commented that we would have time that day , and good .
      There at noon heavy clouds walked slowly through the heavens , every hour that passed more clouds approached from the north and the weather was getting dark already late by three hours of dense clouds appeared on the horizon northwest of the site , and was already very windy , the trees swayed
the mercy of the winds , and tree sparrows creaked with the force of the winds , the dogs were nervous and wanted to get home , a black cloak spread and was photographing the evolution of rain, as this is a region with hills , gives to accompany rain in its entire length , it started raining at first like a gentle rain , then unraveled a remarkable time .
      Rained for 2 hours nonstop with winds , thunder and lightning that illuminated the sky. When it was over , there was a flood and the stream that runs through the site had changed the place where we had a fish tank , now runs the stream, and where was the creek is now a swamp .
Unbelievable !

                                      My childhood was very colorful

  

   The year 1964 wore on quietly and at Christmas time the movement in the warehouse Manoel Gomes was intense , people celebrated Christmas without colorful trees , and no gifts are in vogue today , and that day in December, an unbearable heat, horses , carts and carriages arriving all the time , on the street side of the warehouse . Manoel Gomes had placed several wood stakes , for riders to leave their animals . Later the wagons and buggies were touching , and families took advantage of these moments of leisure to go to church and in the local cemetery .

    That day passed only horses and carts in the street , heavy rain last night caused a mire of red earth , and hustings of log of wood cut from trees at the site were used for tethering horses .

       In front of the warehouse, the people watching was great , farmers , ranchers and farmers with their families came to town for shopping and visiting friends in the afternoon after the visits they were packing their bags beautifully shot by their wives and went away. Most of them were employed in the sugar cane plant, made ​​their purchases to pay at the end of the month , and rarely gave anyone trouble, because the only store in town was Manoel Gomes and it was important to keep the bills on time . But it was very rare a fight does not happen , and they all came armed to the city , and so came they delivered weapons to the merchant store in a drawer that held only for that , it was all kinds of weapons , from knife to gun , a form of Antonio Soldier not take them to the gun .

        Antonio was a soldier military old , wore a very well last uniform, gun in the waist and a cap that gave it a distinct look , was a very tall, dark , slim and with a withering look that left no doubt in their opponents man and so he kept the city under his command , always remembering that the former soldier took a beating whip in the square , and never came back and when he knew the temper of the men there.

       But that afternoon in December with a scorching heat, with men drinking too much that did not take the fights started within the warehouse , the rush in search of weapons was general all of gun ownership with punches , slaps and shots until the soldier Antonio appeared at the door of the warehouse , the man who only enjoyed the fight and let the class that was playing their guns under the counter , and quarrelsome in the heat of the fight, and drunk as they were, did not even realize that the soldier was there .

     Mr. Joseph was a short, stocky , strong man with daily deals , white, and had a fine voice and nauseous when drinking became unbearable , challenging men to fight, and his opponent that day also a strong fierce-looking man , with a knife tried to kill Mr Joseph, who was godfather Manoel Gomes .

      A shot was fired and everyone looked at once for the soldier who at that time was with his hand cocked at 38 , took the knives of the two men gave Mane Gomes keep in the drawer and told him just give him the next day when go away .

      Exited through the same door he had entered with the two in front staggering and stumbling on the stones of the street , walked slowly down the main street with all eyes of grief , and the block above will disappear towards local chain , this was taboo , old house adapted to jail , had no lock and old padlock served to lock it , the two walked into the room that served as his cell , and closed with a wooden latch and outside the crack of the tablets , he told her to sleep because spend the night there.

       The next day early in a bay horse with a riding woman riding quietly , the woman was thin , square face , natural beauty , yet rustic , strong arms who had habit of plowing with a white cotton skirt from a shirt Long sleeve navy blue , one long pants underneath the skirt and riding boots , stood in front of the store without getting off the horse, was soon asking where her husband was , and Manoel Gomes told him he was arrested and spent the night drunk in jail , with a nod of her head, which was considered as a thank you went to jail publishes city and there heard the whimpers of her husband , dismounted and through the cracks of the wall board learned of the incident and was the soldier home for a chat and asked him the loose , for he had many children to support and today had already lost the job and offered as a reward for the favor two fat chickens and the soldier who had no intention of getting even with stuck giving work with food and water , rather than quickly released him and was too satisfied with the chickens .

        He mounted his horse again and on the way encountered the soldier who looked with admiration and respect , and made ​​his way back to the farm with her husband 10 steps in front of him as he sent the usual.

       Antonio soldier felt proud of yourself , when you came here the city had no law , the last police had been beaten and left and never returned , and now with people he knows who's boss , the population was afraid of him , who know why , maybe his time , or perhaps it is the uniform neatly pressed , or his hat , or his eye a few friends , will know , or the set of all this . Meanwhile Warehouse it was a fight , the soldier , the shopping began to be bagged in clean white bags that were sending their wives to put on the horse , so another day ends .

       The night came with lanterns and oil lamps being lit and Manoel Gomes sat in a chair made by locksmith city , was rebar iron because could not stand to see his chairs being broken in someone's head and warned shoppers that the chairs now were of iron , and friends were arriving for a prose days while Manoel had the money the day.

                                                                                                                                                      20/11/2013

                                                         

     TIME OF TROPICAL FRUITS

                    The high green grass wet with dew in the morning , it was a nuisance because it was just beginning to walk and my feet were already wet , the track presents some dry clean only with foot sheets of guava leaves those who had fallen in the last winter, a closer look at the branches of the guava to observe any venomous snake, which is very common here in the region have sometimes found them curled in a corner , one of the things that terrifies would 've inadvertantly step on it, every care is little, I was walking and humming a mantra , and so ended , another began the walk is very pleasant . The straw used for these walks was always pulled forward , because the radius of the sun dazzled the eyes , and concentration to sing is much higher . The day dawned wonderful! I got up at 5:30 in the morning to enjoy the rays of the sun , the intimacy with nature is something amazing , I looked to the sky and a beautiful silvery moon descended on the horizon and the splendid sun got up to a new day , and I remembered that it was the last day of the full moon and also the opportunity to enjoy two stars in the sky at the same time. I remembered that my mother had a legend as a child that the sun and moon were married and that because of excessive heat were separated , one day and one night , and once a month could be looking for a few minutes . And now I see the sun and moon together on the horizon . Packed these thoughts continued my walk, now with a smile imagining this eternal punishment .

An orange tree full of fruit out of season , indicated that we would have oranges at Christmas , later a foot of Alexis , with a huge canopy with its clusters of fruit , I was glad it was the first year it produced, the charged hose green mangoes , the bamboo grove now over 6 feet tall invincible in the days of storms with his creepy noise , pulled away quickly because usually snakes , descended by a narrow trail and enjoyed the foot of blackberry brambles laden , and fluttering of birds fed there in the early hours of the morning , hurried step and found the banana beginning to mature , the cheeky parrots are already delighted with the first banana , smiling again and my garden so beautiful filled with chives , parsley , cilantro , chayote , and two feet of climbing a mango passion fruit to bear fruit at Easter .

I went down to the gate to look ornamental plants , which now are beautiful in spring and flowering , dwarf coconut tree planted more than three years , for some reason has not developed , I believe that the winter temperature in recent years , were days of intense cold , looked at the expanse of land now planted with soybeans , and that satisfaction that a farmer feel when a good rain falls on the earth and the plant grow . At this moment I heard the kitchen door open and got out of my morning reverie and pressed the pace to get home where a breakfast will be served. Before returning home I was still watching the hummingbirds in their nest that looks like more of a shell with two cubs , it is interesting Nipple cubs get out of the nest so big they are, yet without feathers , only a 'm wondering lint how to survive after a storm like yesterday , with gales , surely she chose there to make a nest , because the balcony is well inclined . How good have these neighbors , sparrow , hummingbird , canaries , and occasionally an owl is watching me pray. I suspect she likes to pray !

                                                                                                                                        19/11/2013
ANTIQUE stories - miss the old days GIRL

     The house was huge , had 4 bedrooms, 1 huge room , all the rooms were the floor , his right foot was 3 feet tall , had iron windows in the room , and shutters on the bedroom windows , the kitchen was small , but had sink and a wood stove , with windows and a well reinforced with iron lock , a room that had access to the kitchen door was facing the backyard, where beautiful young mango trees still grew robust , and had a bath . Had never seen a toilet before ! There was the most interesting part of the house , I noticed the toilet and found it funny , an electric shower had been installed, the concrete floor was waxed red , one gorgeous room ! I have experienced ! it was very curious that the bathroom in the yard until then had only private , was an outhouse in the yard where bathroom took up and made ​​the physiological needs , was curious , wanted to know everything , I came to a floor which gave access to the warehouse , an environment no windows , which was never used , only served as a passageway between the house and the trade was all lined with a narrow wood that gave a beautiful place to look.
      Today was moving day and I had the opportunity to know the empty house , went into the yard , how great ! Fenced with an old fence that needed repairs , which the boys would like that changed , near the kitchen door was a water well with a pump , something that was forbidden from the beginning not to touch , and there was saril with a tied with a thin rope , ready to descend to the bottom and from there get pure water of excellent quality, but later was private , looked with contempt for her, and I remembered the bathroom , gorgeous indoors bucket I went to the end of the yard where you could see the neighbors house , curiously went for a peek , they knew me since I was born 6 years ago and had a bad reputation for being very naughty , but they were safe , one since Mom had a bad habit of giving us good spanking children, and I was the favorite in the beatings , much by merit rather than by injustice , I looked around for the wagon with goods from Warehouse were coming , I ran over there and took longer few flicks of my brothers who did not want children around, but stayed that way until the wagon back to old house where he was born .
         Our old house , just remember it had 6 years now with the change , all I remember was the area that was where she sat on Sundays to see the riders and wagons passing , Fiona took care of me since I was born , and was what she wanted, she was too fond of me and him do all the impossible and arts imaginable , including going on the river passing the rear of the property , and use heeled shoes Louis XV of my mother, that with this art got a twisted ankle and I was on hold for a long time, but it was now thought only of the new house , which had nothing new was Dona Teresa Leone , who had moved to Palmital , selling everything they had in Platinum and going away for a largest city , for the children to study , and today we were going to live there , the comments was that the house was haunted and this put me apprehensive , since we all were afraid of ghosts .
        The day was short for such a change, we had to sleep on the floor in their new home until they could put everything in place . We met a week after a game stamped with red sofa , latest fashion flowers and was blown away by that, another novelty , was just sitting in banks and hardwood chairs and now that comfort, a coffee table and a cabinet , and the room became complete. What a beautiful room !
        Thought not go to school , I want to sit in this room for my entire life, heard my mother say that would only 8 years and still had plenty of time , was completed seven years in April , and was happy ...
 Continued ..

-------------------------------------------------- ---------- GHOSTS EXIST ! -------------------------------------------------- ---

         Eleonora was doing a course of chocolates in a shop , many students all the time crammed into the small enclosure , and a lively discussion arose among all , the point of forming a horrible noise . The culinarista entered the room and as per millagre all were in stony silence .

         Looked with a friendly but stern , grinned and greeted all and then asked silence. Eleonora was a set of black pants with a printed blouse that covered up the quadriz , had an air of person interested in the course, and chose a place to sit further back , these courses sitting in front are those that want to take pictures , and it was not a case of Eleonora . She was tall and excel the other , on account of a sharp and calculating look . During class Eleonora 's phone rang, and all looked to observe , and this time she left the room and answered , a male voice on the other end of the line told him I was in the hospital very ill and would die at that moment she found it was a joke in bad taste , after all nobody league hospital saying he was terminally ill announcing own death. It was a shock to Eleonora , but returned to class with different countenances , all noticed that something had happened , and so ended all came out , and how did not know , each to his own left. At this time Eleonora thought he was hearing things , and called a friend to ask if Abilio was sick , he said surprised that he died already made ​​three days in a cancer hospital . It was a shock ! He just talk to me on the phone, said he was sick and he needed to talk to me . My friend was impressed and asked for the phone number registered on your phone, now very nervous Eleonora looked in the phonebook and find the number and passed on to the friend who checked and said it was the cell phone of Abilio .

        Eleonora hung up the phone and returned home , now with an odd sadness, died Abilio does mean something , it was many years we had not seen , had moved to another city , and had no more contact , and now this strange call . Eleonora did not believe in ghosts , you know that things exist beyond human knowledge , but talking on the phone, found it too modern for your taste . Made a basic dinner and went to bed early . Woke up several times at night and his thoughts always turned to telefomena , impatient and took a calming and back to sleep .

       He got up that morning with vague memories of Abilio , what would have happened , was still young , probably about 45 years old, married with no children , respected lawyer in town , many friends , BBQ . Felt sorry for going so early !

       He rose from the chair where he drank coffee and cell phone rang and Amilcar said in one breath , that the cell phone had been deactivated Abilio the next day of his death and that his wife had placed in the safe along with the personal belongings of Abilio was impossible for anyone to have access to safe, by anyone . A puzzle was coming ! asked details of the call and told what he had heard the voice was the same but a bit choked with difficulty talking , and said he had slimmed down 30 pounds , and that was the end . Amilcar was asked if Eleonora spiritualist and said no and the matter ended there .

      An immense sadness was in the heart of Eleanor , did not know what to do , your thoughts now or else went to that phone call . One night sleeping undisturbed sleep , was more than a month 's happened , Eleonora dreamed you were in Cemetery in a funeral chatting with friends , when the door of the funeral appeared Abilio , with a tone shirt in light blue , twill trousers and boots short barrel , she looked at him and continued to talk to her friends , to the dream seemed so real, she looked back at the door and he was going away , Eleonora spoke his name out loud and he came back and they both embraced, and he told her I was coming to say goodbye , not wanting to be left without a hug goodbye. At this time Eleonora woke up and still felt the presence of Abilio the room. The bathroom light was always lit that night went out three times . Remembered that he was wearing clothes and boots he always wore , was an old habit .

      That was true ! Hug the farewell words , the place , everything was real and Eleonora cried and wondered how much had been important friendship they had for each other, had worked together for a period and now found again after death as was a chance encounter .